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Swarovski para beber

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Cosecha Especial, da Norton, alta qualidade por um preço acessível
Bodega está entre as 20 melhores do mundo

A vinícola mais antiga da região ao sul do rio Mendoza, na Argentina - a Norton - é do grupo austríaco famoso pelos cristais mais delicados do mundo - o Swarowski. Degustando o espumante mais especial dessa Bodega, que é o Cosecha Norton Brut Rosé, dá para perceber esse link entre os dois produtos: artesanais e altamente bem elaborados. A bebida tem uma cor vibrante e o sabor é equilibrado, fresco e frutado na medida certa. É ótimo para acompanhar um coquetel ou regar uma festa. A outra vantagem desse espumante é que, ainda que tenha toda a qualidade de um grande vinho, é altamente acessível: a garrafa gira em torno de R$ 40,00. Essa vinícola, embora tenha sido fundada no final do século 19 e esteja presente em mais de 60 países do mundo, ainda não é  tão conhecida por aqui. A Norton já chegou a ser escolhida pela Wine Expectator como uma das 20 mais importantes do mundo e o seu enólogo, Jorge Riccitelli, acaba de ser eleito pela Revista Wine Enthiusiast entre os cinco melhores do planeta. Em Florianópolis, dá para receber em casa, pelo site da Winebrands.

Gastronomateca

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Livros na cozinha e sempre à mão
Biblioteca de gastronomia? Lá em casa, ela estava prevista desde o primeiro traço do arquiteto - talvez antes mesmo do fogão industrial que resolvi, entre outras excentricidades, trazer para a cozinha. Pequena e eficiente, hoje deve ter em torno de 100 títulos, porém todos escolhidos a dedo, comprados um a um e em ocasiões especiais, como viagens ou visita a templos gastronômicos. Simplesmente adoro. Na verdade, ela sintetiza a junção de duas paixões: a literatura e a arte de cozinhar. Não gosto de seguir receitas, mas devoro todos os livros para absorver o conceito de cada chef, de cada cultura, de cada época. É um exercício de criação: ler, buscar inspiração e elementos, para depois compor o próprio prato. Leio esses livros como literatura e, assim como obras de Gabriel Garcia Marquez e Umberto Eco, não raramente recorro à reeleitura como se, em um novo momento da vida, pudesse absorver algo mais que tenha me escapado na primeira. E sempre aprendo algo novo, percebo uma nova forma de ver e de conceber uma gastronomia de alto sabor aos olhos e ao paladar. Deixo aqui, logo abaixo, três dos meus prediletos e que considero, essenciais, para quem busca conteúdo diferenciado para sua "Gastronomateca".
Diz aí, qual é o seu?



"CHEFS, Segredos e Receitas" é um livro obrigatório. Não há, de forma rápida, outra maneira de absorver o conceito dos grandes chefs internacionais. Estão lá 18 dos mais renomados, entre eles, Ferran Adrià (espumas), Peter Gordon (condimentos), Pierre Hermé (sobremesas), Shaun Hill (caldos e sopas), Marcus Wareing (carnes), Atul Kochhar (culinária indiana) e Dan Lepard (pães).
"JAMIE OLIVER, o cara sem mistérios". Ou melhor, é o cara que provou que os ingleses são capazes de fazer algo na cozinha, além do tradicional ˜Fish and chips". Podem dizer que ele se vendeu para a mídia, que se popularizou demais com seus reality shows de gstronomia, mas a verdade é que Jamie virou uma referência pela sua flexibilidade em fazer pratos do mundo inteiro, de forma rápida, prática e sem perder o glamour de buscar ingredientes frescos e técnicas originais, porém dando um toque contemporâneo. Ele já tem seis livros publicados no Brasil, eu gosto de três, esse da foto, o "A Itália de Jamie" e o "Jamie em Casa". Bárbaros!
"HISTÓRIA DA GASTRONOMIA PAULISTANA", de Cristina Putz. Para mim, é o equivalente a uma bíblia. Remonta ao século XVI  e mostra a contribuição de cada ciclo de imigrantes para a composição dessa gastronomia maravilhosa que São Paulo oferece hoje. Primeiro foram os índios, depois os portugueses e os africanos. E até hoje, 450 anos após a fundação do Colégio dos Jesuítas, a cidade de São Paulo continua acolhendo gente do mundo inteiro. Italianos, japoneses, alemães, arábes, judeus, enfim, um pedaço de cada país está presente aqui, onde também se misturam brasileiros de todas as regiões.Receitas preciosas, dadas pelos chefs dos melhores restaurantes de cada especialidade.

Biffi, uma instituição milanesa

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Pita Bittencourt, amigo e seguidor do blog de primeira hora, manda uma nobre contribuição contando um pouco da sua experiência gastronômica em Milão, que compartilho com vocês:

"Desde a Idade Média, Milão é um grande centro comercial , industrial e financeiro da Europa. É o centro econômico da Itália, quase 5 milhões de habitantes, capital da moda e do design. A principal atração de Milão é o Duomo, a segunda maior catedral gótica da Europa. Ao lado dela fica a Galleria Vittorio Emanuele, construída em 1865 e considerada o primeiro shopping do mundo. O lugar é fantástico, agitado, com lojas e restaurantes maravilhosos.Em minha passagem por  Milão, fui convidado por minha amiga Eunice Capelletti, vivendo na Itália há 13 anos, para conhecer o Biffi, famoso restaurante na Galleria Vittorio Emanuele.
Aberto em 1867, o Biffi é quase uma instituição milanesa e há 17 anos é de propriedade de um brasileiro de Novo Hamburgo, Tarcisio de Bacco.
Diferente dos restaurantes que funcionam em áreas com grande concentração de turistas, sua cozinha mais que honesta é de excelente qualidade. Provei além da tradicional Salada Caprese (à direita), um Ossobuco com risoto (foto abaixo), prato tradicional de Milão, só não mais que a costeleta a milanesa, degustada por Eunice".

Para saber mais: Biffi Milano


Velas by Voluspa para gourmets

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Notas que não brigam com a criação gastronômica
Chef James Boyce, criador da coleção para a Voluspa
Quem gosta de cozinhar em ambientes integrados e de frente para os seus convivas, sabe que nem sempre aquele cheiro de cebola e peixe crus agradam a todos. Mas a Voluspa, grife de velas aromáticas de nove entre 10 famosos, criou uma linha gourmet especialmente para diminuir os odores de comida do ambiente e liberar um aroma sofisticado. O mais incrível é que as notas não brigam com a criação gastronômica. Isso porque foi pensada e elaborada por um chef 5 estrelas, o lendário James Boyce, que empresta seu nome à coleção. Boyce é um veterano da gastronomia internacional e hoje possui os endereços mais cobiçados do Alabama, mas foi com o mestre Daniel Boulud, no New York, Le Cirque, que aprendeu a conquistar as pessoas com suas criações  gastronômicas.  A coleção desenvolvida por ele para a Voluspa tem seis aromas diferentes: California Citrus, Herb Garden, Sommelier, Spice Market, Vintage e esse da foto - Chef´s Special, que já provei e super aprovei. Em Florianópolis, você encontra toda a linha no Marrah Home, em Jurerê Internacional.

Almaúnica, promessa no Vale dos Vinhedos

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Arquitetura da Vinícola-boutique  impressiona pela contemporaneidade
Merlot 2009, macio e mais elegante que outros vinhos jovens do Vale
Imagine um vinhedo ensolarado com 2,5 hectares de Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay, num terreno levemente inclinado onde um veio de estrada leva à sede da vinícola no alto. Contemporânea e suntuosa, a construção abusa do vidro, da madeira e das pedras da região, exibindo um pé direito altíssimo. Lá de cima, tem-se a visão de boa parte do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves (RS), e sente-se uma brisa fresca de serra, perfeita para a contemplação e, claro, para a degustação dos grandes vinhos que a casa oferece. O interior da vinícola é moderno, móveis com design, objetos de arte, cantos que convidam ao aconchego. No balcão principal estão dispostas algumas das jóias dessa vinícola - a Almaúnica, que apesar do pouco tempo de mercado e de vida, já mostra seus primeiros filhos com orgulho.
Da videira à garrafa, o dono e criador do lugar, o enólogo Márcio Brandelli, faz questão de acompanhar todo o processo. A arquitetura da vinícola foi estruturada para que houvesse um uso eficiente da força da gravidade e a tecnologia mais moderna foi ali instalada. O empreendedor viajou mundo afora, e conheceu dezenas das maiores vinícolas até formatar a sua. Nas frias caves subterrâneas, os vinhos ganham complexidade dentro de barricas francesas e americanas, vindas das melhores tonelarias do mercado internacional.  O resultado não poderia ser melhor. Prove, assim que puder, os tintos reserva, com destaque para o Merlot, e você verá que não parece se tratar de uma vinícola fundada há apenas quatro anos. E há uma explicação para isso: Márcio e a irmã, Magda Brandelli, são a quarta geração de produtores de vinho na região. Abriram mão de uma tradicional e próspera vinícola que era administrada pela família - a Dom Laurindo -, e investiram todo o capital e os sonhos de ter uma vinícola à moda deles, a Almaúnica. E todo o esforço parece ter valido a pena quando degustamos seus espumantes e tintos. E ao perguntar aos donos se o sucesso também já está se traduzindo em dinheiro, brincamos com uma frase que conhecemos há tempos: "Vinícola é um negócio certo e que sempre dá dinheiro. O problema são os primeiros cem anos, depois vai que é uma maravilha". Se for ao Vale dos Vinhedos, não deixe de visitá-los.

Intolerância ao sabor

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Bifum: sem glúten, sem lactose, sem fenilalanina, mas com muito sabor
A dúvida é: será que foi o diagnóstico das doenças de intolerância alimentar que ficou mais abrangente e mais preciso ou será que há mesmo uma epidemia desse tipo de doença no mundo moderno? É cada vez mais comum almoçarmos entre amigos e um deles ser intolerante a glúten, outros dois a lactose, talvez um quarto a fenilalanina (sim, esse é o hit do momento). E quando foi que, de repente, a comida virou um perigo? Pra mim, perigo mesmo é o que estão fazendo com a preparação dos pratos, onde a restrição não é a um grupo de alimento específico, mas ao sabor. Intolerância ao sabor, sim é essa a doença que aplaca os cardápios de 9 entre 10 restaurantes que querem ser politicamente corretos e oferecer opções para todos. Só é preciso dizer que restrição alimentar não significa extirpar do seu prato aquela substância nociva, mas que você tanto ama. O legal não é tirar apenas, mas substituir por outros grupos alimentares tão ou mais saborosos. Nas gôndolas dos supermercados há hoje muitas opções de produtos sem glúten (que você jura ter) e sem lactose (e que você não sentiu falta alguma). E na cozinha da sua casa, também é possível ser feliz e degustar sem medo a melhor das comidas, mesmo que esteja ali faltando aquela enzima que não deixa você metabolizar não sei o quê. Quer um exemplo? Macarrão bifum, já ouviu falar? Esse macarrão chinês, finíssimo, leve, feito de arroz e com baixas calorias, não possui glúten. E apesar de lá em casa, todo mundo enfrentar qualquer desafio e sem qualquer restrição alimentar, ele foi adotado para sempre. Pelo menos a cada 20 dias, o bifum reina num prato oriental diferente sobre o nosso fogão. Ontem fizemos assim: frango a passarinho previamente temperado com gengibre, limão, sal e alho. E, depois de refogado com cebolas em tiras, foram adicionados buquês de brócolis, lâminas finas de cenoura e, claro, um bom molho shoyu. Tudo rápido, fogo alto e preparado numa wok. Fica dourado, crocante e saborosíssimo.

Feliz 2013!

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Nossa empresa, a Fábrica de Comunicação, fez um mimo para amigos queridos, colaboradores e clientes especiais, que está fazendo o maior sucesso. É uma garrafa de espumante, personalizada, reserva especial da Panceri, vinícola catarinense.  Brut e 100% chardonnay, é uma bebida perfeita para um fim de tarde de verão. Curiosamente, esse produtor foi nosso cliente oito anos atrás, quando parceirizou-se em alguns rótulos com o grande amigo e empreendedor Caio Pisani, hoje já falecido. Tanto os vinhos da Panceri, quanto os da Pisani, são hoje reconhecidos pela suas propriedades e qualidade, produzidos a partir de uvas que foram cultivadas a mais de 1,2 mil metros de altitude. Veja mais em: Casa Pisani e Vinícola Panceri. Saúde!

Happy Bee-Day!

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Abelinhas de pelúcia  em grandes potes de vidro com sachê de mel.
Com um pouco de atraso, divido com vocês  a decoração da festinha que organizei para minha filhota Sofia, que completou 3 aninhos em dezembro. O tema foi escolhido por ela mesma - Abelhinha - fruto de uma fantasia que ela usou na escolinha no dia das Bruxas. A princípio achei um pouco estranho, mas aos poucos fui percebendo que era possível fazer uma festa linda e alegre, usando amarelo, preto, dourado, muitos petit-pois, além de poder abusar de outros ícones associados à abelha, como flores e mel. Acabou ficando uma graça, e quase tudo feito em casa mesmo. E o melhor é que consegui fugir dos batidos temas de personagens Discovery Kids ou Disney. Pelo menos por enquanto. 
Lápis com feltro de abelhinha, outra lembrança personalizada
As balinhas de coco ganharam papéis de seda coloridos e em forma de flor.  Pirulitos personalizados para lembrancinhas


Um painel de balões nas cores da Abelhinha fechou a  visão do bar
Mini-margaridas naturais dividiam espaço com girassóis e cata-ventos de papel

Bolo de pasta americana foi desenhado antes da encomenda. Trabalho precioso de Claudia Pierre
Docinhos, by Amabile,  receberam forminhas de petit-pois nas cores da festa
Bisnaguinhas personalizadas de brigadeiro branco, feitos pela Alexandra Oechsler, uma artesã maravilhosa de Blumenau
Dando o retoque final na mesa principal, correria minutos antes da festa começar


Enjoy, cozinha contemporânea em Jurerê Internacional

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Quer conhecer um lugar charmoso, com uma cozinha contemporânea bem executada e preços não-proibitivos? Vá ao Enjoy - Cousine du Soleil, bistrô recém-inaugurado em Jurerê Internacional e remanescente de outro sucesso gastronômico, o Joy Joy Bistrô no Centro Histórico de São José, da competente chef Joyce Francisco. Ela, que acaba de chegar de mais uma série de cursos de aperfeiçoamento no Institut Paul Bocuse na França, inaugurou o novo projeto pouco antes desse Natal, e já está com as mesas lotadas de fiéis seguidores.
Camarões salteados ao shoyo e molho de ostras
O cardápio tem um quê de Provence: simplicidade, produtos frescos e pratos com apresentação impecável. E você não paga muito mais caro por isso. Os valores das opções do prato principal por pessoa variam de R$ 40 a R$ 55 em média e a carta de vinhos e espumantes surpreende pela variedade de origem e preços. Para quem prefere, também é possível pedir um chopp geladíssimo.
O serviço também soma pontos, já que Joyce colocou no front o seu melhor staff, com garçons que acumulam mais de uma década de trabalho nos melhores restaurantes de Florianópolis.
Jarret de Cordeiro com Papardele, opção de Róger Bitencourt





Na entrada, e há várias pedidas maravilhosas como os tapas,  ficamos com camarões em azeite (levemente picantes), servidos com um pão quentinho da casa. Estava mais picante do que gostamos, mas isso é muito pessoal e da próxima vez sei que vou pedir "menos, por favor". No prato principal, minha opção no Enjoy foi por Camarões Crocantes com arroz jasmim ao chá de capim-limão: saborosíssimo, fresco e muito aromatizado. Meu marido, louco por carnes, foi de Jarret ao Vin Rouge, corte da panturrilha do cordeiro com uma deliciosa massa papardele. Acertamos em cheio! Esse cardápio de estréia, com mais ou menos 10 ou 12 opções, é servido exclusivamente à noite. No almoço dos fins de semana, Joyce Francisco brinda os visitantes com uma incrível paella ao preço de R$ 25,00 por pessoa.
O ambiente também agrada. O clima no salão e no deck externo é descontraído, perfeito para as noites quentes de verão. E a decoração ficou charmosa, aconchegante, com peças de arte e cuidado nos detalhes como nos talheres, nas panelinhas feitas par ir à mesa e nos papéis de parede temáticos, por exemplo.
Paella by Joyce Francisco, a pedida do almoço nos finais de semana



O Enjoy - Cuisine du Soleil fica na avenida das Raias, 400, em Jurerê Internacional. Fone: 3369.1710.

"O Impossível", um filme-catástrofe eficiente

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Maria (Naomi Watts) e Lucas (Tom Holland)
Histórias reais sempre chocam mais. E quando a produção consegue remontar uma tragédia do porte do Tsunami que abalou o mundo e destruiu milhares de vidas na Tailândia, no final de 2004, o resultado é ainda mais envolvente. O filme reserva algumas cenas com efeitos visuais e de áudio capazes de simular a quem está assistindo a sensação de estar sendo engolido por uma onda gigante, se debatendo entre escombros ou mesmo se afogando. Sabe quando vc mergulha e o som à sua volta some e vc só ouve fragmentos do mundo externo e o forte barulho da água em movimento? Pois, a produção conseguiu reproduzir fielmente isso. De forma inteligente, a direção previu que esse seria o primeiro passo para você não ficar apático ao filme e se envolver realmente na história. Sem cair em chavões e pieguices do sofrimento alheio, o diretor Juan Antonio Bayona, resgata a história de uma família que passava as férias numa paradisíaca ilha da Tailândia, quando tudo aconteceu. Pai, mãe e três filhos receberam de frente a força do tsunami quando estavam relaxando na piscina de um resort. Cenas chocantes, produção bem feita, sensibilidade para envolver. Chora-se, é verdade, e muito. Principalmente, quem é mãe, pai, filho ou tem algum sentimento por alguém nessa vida. É impossível não se colocar no lugar deles e não pensar nos seus. E é impossível também o resultado final dessa história, não fosse ela real. Daí o nome "O Impossível". Fui com meu filho mais velho (22 anos) e chorei mais do que devia. A ligação da mãe, Maria, vivida pela atriz Naomi Watts, com o seu filho mais velho, Lucas, interpretado brilhantemente por Tom Holland, é tão forte, plena e cheia de cumplicidade que não pude deixar de associar. Vale assistir, mas prepare o coração e reserve alguns lencinhos.

Caipis geladas de verão!

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Mirtilo, gelo, açúcar, vodca. Simples assim.
Que atire a primeira pedra de gelo quem resiste a uma boa capirinha no verão! E quando é bem feita então, ela refresca e relaxa na medida certa. Meu amigo Pita Bittencourté um especialista em fazer caipis para os amigos e usa e abusa de todas as frutas que encontrar. Pode ser kiwi, lima-da-pérsia, carambola, romã, frutas vermelhas e o que mais você gostar. Domingo, lá em casa, ele fez de dois tipos: mirtilo (conhecida por blueberry e que agora também está sendo cultivada aqui em Santa Catarina) e de caju, super aromática. Vai tentar? Então pegue um copo alto, coloque uma porção de fruta - escolha as que quiser, use uma apenas ou mixe à vontade. Coloque açúcar e então amasse. Mas atenção, é importantíssimo, segundo o nosso gourmet "não machuque demais". Complete o copo até a boca de gelo e depois derrame a vodca ali. Shake, shake, shake e pronto!

Super aromática e bem brasileira: caju
Saquerinha carambola com manjericão


A base da caipi você também pode variar usando uma cachaça de boa procedência, saquê e até cointreau misturada à vodca, que dá um gostinho cítrico incrível. Go ahead!




Doce de leite de família

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Consistência e sabor num doce único
Dizem que argentinos e mineiros brigam até os dias de hoje pela patente do doce de leite. O que eu faço em casa tem raiz gaúcha e é pra lá de bom. A receita é de família, mas transmitida ao longo das gerações de forma, digamos assim, meio enviesada. Na verdade, recebi a atribuição de manter a receita na família Bitencourt da minha sogra (Eli, Porto Alegre/RS), que por sua vez  já tinha recebido a incumbência da sogra dela (Nair, Jaguari/RS). Ou seja, uma receita de família, não de mãe para filha, mas de sogra para nora.



O doce, em seis tempos de preparo, com 30 min em cada etapa
Caminhos tortos à parte, o doce é muito bom e a receita muitíssimo simples. Você vai precisar de uma boa panela, alta e larga, feita de alumínio ou ferro bem grosso. Antes de ligar o fogo - e essa parte é bem importante - coloque 4 litros de leite e 1 kg de açúcar e mexa muito bem. De 3 a 5 minutos, até que o açúcar esteja totalmente dissolvido. Esse é o segredo. Coloque o panelão em fogo baixo e deixe uma escumadeira de metal dentro dele para evitar que o leite suba e vaze no seu fogão. Esqueça-o por umas duas horas aproximadamente (sim, você leu direito, não precisa ficar mexendo o tempo todo como a Tia Anastácia fazia). Somente na última meia hora, peque uma colher de pau, daquelas com a base reta (tipo raspa-tudo) e mexa o doce lentamente, sempre tocando o fundo da panela. Essa mexida final é que vai dar um brilho ao doce e deixá-lo mais caramelado e homogêneo. Desligue o fogo e coloque o doce de leite num refratário transparente. Por fim, avise a turma que é preciso esperar esfriar para aproveitar ao máximo todo o sabor e consistência desse doce único. Nem sempre te obedecem, que o diga meu marido Róger Bitencourt para quem faço esse doce praticamente toda semana. Última dica: leiloe a panela porque raspá-la é para os privilegiados.

Veramente bello!

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Ironia e inteligência ácida enriquecem a personalidade de Jep













Fui assistir ao "La Grande Bellezza", de Paolo Sorrentino, drama italiano que ganhou o Oscar como melhor filme estrangeiro. E gostei muito do que vi. Não sei se porque fui sem ter criado expectativas e desarmada de qualquer crítica que havia lido, mas a verdade é que o filme me fez bem. Adorei passear com o movimento da câmera por paisagens de tirar o fôlego, a plasticidade toda é estarrecedora. Deu vontade de voltar a Roma. Também gostei muito do humor irônico e ácido de Jep Gambardella, escritor de um livro só e que ao completar 65 anos já não tem papas na língua ao mesmo tempo em que vive o dissabor da decadência. O excelente ator Toni Sevillo me rendeu risadas extra roteiro. Isso porque ele é muito parecido, no humor e na fisionomia com um grande amigo italiano, o Mimo Domenico Calabria. Há passagens engraçadíssimas no filme quando se revela uma alta sociedade de Roma brega e pseudo-intelectual. Destaque também para a riqueza do texto, que tem como coadjuvante citações de Dostoiévski, Breton e Flaubert, entre outros autores universais. Trilha sonora envolvente, vai de belos cantos gregorianos a baladas com Pa Panamericano. Ponto negativo? Sim. Muito longo. São 142 minutos de rara beleza e acidez, mas que poderiam ser 80, 100, 110 estourando, e sem perder qualquer conteúdo relevante.
Jep Gambardella - o nosso amigo Mimo - tem uma cobertura de frente para o Coliseu. Chato, né?



A boa da salada

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Muita gente torce o nariz para salada. E se isso acontece, me desculpem, mas está faltando criatividade. Salada não precisa ser aquela coisa verde gelada e molhada, com alguns tomates mal cortados cheirando a vinagre. Não! Para mim, salada tem que ser um mix de aromas, de cores e de texturas. É preciso brincar com ingredientes que te deem um azedinho e aí você combina com um adocicado. Coloca uma folha tenra junto de um castanha crocante. Pode ainda brincar com o quente e o frio regando ingredientes frescos e em temperatura ambiente com um molho quentinho. Por isso adorei esse livro "Salad of the Day", minha última aquisição na Williams-Sonoma de NY. Ele traz 365 receitas incríveis, uma para cada dia do ano, todas factíveis e com ingredientes possíveis - porque não tem nada pior que livro de receita importado que fala de processos e alimentos que você não faz a mínima ideia do que se trata.

Para deixar um gostinho, vou burlar a lei do direito autoral americano e reproduzir aqui uma receita legal, que inclusive é a planejada para o dia de hoje, 10 de abril.


SALADA DE LULA E FEIJÃO BRANCO
(serve 4 pessoas)

Sal e pimenta moída na hora
60ml de vinagre de vinho branco
3 colheres de sopa de suco de limão
1 colher de sopa de alho picado
125ml de azeite de oliva
500g de lula limpa, cortada em rodelas e tentáculos
470g de feijão branco cozido e escorrido
2 pimentões vermelhos tostados e cortados em tiras
125g de cebola roxa cortada finamente
2 colheres de sopa de alcaparras
60g de azeitonas verdes sem caroço e fatiadas
salsinha fresca para enfeitar

Numa panela grande, coloque 4 litros de água com sal para ferver. Deixe reservado uma tigela com água gelada.
Numa outra tigela, misture o vinagre, o suco de limáo, o alho, sal e pimenta e deixe marinar por 5 minutos. Adicione óleo de oliva aos poucos, misturando constantemente até que o molho emulsione.
Coloque a lula na panela com água fervendo e cozinhe até ficar ao dente. Isso vai levar aproximadamente 1 minuto. Escorra a lula e coloque imediatamente na água gelada para cortar o cozimento. Depois seque todas as rodelas e tentáculos. Reserve.
Incorpore a lula, os feijões, o pimentão, a cebola, as alcaparras, as azeitonas ao molho e misture muito bem. Tampe e refrigere por pelo menos 30 minutos.
Antes de servir, corrija o sal e demais temperos. Divida em pratos individuais e enfeite com as folhas de salsinha e sirva.

Bom apetite!






Champagne para ler, visitar e degustar

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Quem visita a região de Champagne, no nordeste da França, não imagina que por trás daquela paisagem bucólica que abriga seculares vinhedos, sofisticadas caves, berço das marcas mais luxuosas e tradicionais do mundo, discorreu um cenário de guerras sanguinárias e violentas invasões. Para se chegar ao glamour de hoje, viveu-se séculos de terror. Esse passado marcado por tantas conflagrações e tragédias é desvendado com maestria no livro "Champagne", escrito por um casal de jornalistas americanos - Don e Petie Kladstrup - apaixonados pela França e por seus vinhos.

Livro que inebria do início ao fim

Comprei esse livro pouco antes da minha viagem à região, no final de março. A ideia era entender mais o que eu veria ali, ao vivo, e as histórias por trás de cada gole degustado. Me apaixonei. Li antes, li durante a viagem, e estou relendo agora depois de visitar todos os palcos relatados com tanta emoção no livro. Minha dica é: faça o mesmo se puder, porque com história o sabor é outro.
Cada crayére que você visitar ou cada vez que você atravessar o Marne terá como referência as passagens incríveis do livro que relatam não só banhos de sangue, como também costumes da época, a forma como as pessoas viviam e se relacionavam nas comunidades, as muitas dificuldades que tiveram para fazer do champagne o vinho mais glamouroso e sofisticado do mundo.


A linguagem inebriante te convida a visitar um outro tempo. As informações são detalhadas, precisas, extratos de diálogos impensáveis. Napoleão, Luis XIV, Átila e outros grandes personagens da história da humanidade tem sua ligação forte com essa região rica e vocacionada. E bebiam muito. Fatos pitorescos também são narrados, como a predileção que o Chanceler de Ferro alemão Otto Von Bismarck tinha por essa bebida, que o ajudava a “livrá-lo dos ventos”, vítima que era de flatulência crônica. Há ainda acontecimentos curiosos da vida mundana envolvendo o champanhe ou as aventuras do ousado e inteligente Charles-Camille Heidsick.



O livro também descreve passagens apaixonantes dos grandes visionários e empreendedores da região como Nicole-Barbe, a viúva Clicquot; Jean Pierre Moët, da Moët&Chandon; Don Pérignon; Louise Pommery, a madame Pomery; e muitos outros ícones dos tempos de guerra e perlage.

Um livro para ser lido e degustado, interpretado in loco. Todo gole de champagne, daqui pra frente, terá para mim um outro sabor.



“Lembrem-se cavalheiros, não é só pela França que estamos lutando, é pela Champagne também.”
Discurso de Winston Churchill durante a Segunda Grande Guerra

Livro: Champagne: Como o mais sofisticado dos vinhos venceu a guerra e os tempos difíceis
Autores: Don e Petie Kladstrup
Editora: Zahar
Preço: + ou - R$ 50,00







Hoje é Dia do Malbec!

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Foi num 17 de abril, mas de 1853, que um engenheiro agrônomo francês - Michel Aime Pouget -  plantou as primeiras mudas de Malbec em Mendoza. Desde então, o Malbec é a uva símbolo da Argentina, com vinhos consagrados, e a região de Mendoza, referência mundial em vitivinicultura. O que pouca gente sabe é que esse tipo de uva teve origem na França, mais precisamente na região de Cahors, ao sudoeste do País. Os primeiros vinhedos de Malbec francês foram criados ainda pelos romanos, e viveram seu auge e glória durante a Idade Média. Hoje essa irmã mais velha perdeu espaço para Mendoza, a mais nova. 

Bem, se faltava motivo para abrir um Malbec hoje e comemorar, faça um brinde a Michel Aime Pouget e delicie-se com essa bebida de um rubi púrpura inigualável.

"Eu, Mamãe e os Meninos", o filme

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A pedido do amigo Hermann Byron, dei meus pitacos sobre cinema para o Jornal Imagem da Ilha. É uma brincadeira séria, com impressões de quem, como você, não é um crítico profissional e nem tem a pretensão de ser, mas gosta do assunto e pode emitir uma opinião sobre. Falei sobre o filme "Eu, Mamãe e os Meninos", já assistiu? Confira abaixo ou na página do jornal www.imagemdailha.com.br

Em Floripa, almoce com as flores!

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Lugarzinho aconchegante, colorido e com cheiro de manjericão fresco


Torta de limão, um clássico, para finalizar
Schiaccina de polvilho
Crepe de Salmão: rápido, leve e delicioso
Fazia um bom tempo que eu não passava por esse café da minha amiga gastrônoma Ceres Azevedo. Estes dias almocei por lá para uma reunião rápida de trabalho e tive a grata surpresa de encontrar um cardápio atraente num ambiente super astral. Esse café fica dentro de uma estufa de plantas e flores, a Verde & Cia Garden Center, na SC-401, e as mesinhas estão dispostas entre vasos de flores, temperos frescos, samambaias e frutíferas. Um charme. De entrada, a Ceres manda como mimo uma schiaccina quente de polvilho, quase transparente de tão fininha, temperada com sal e ervas. Para almoçar, várias opções leves e rápidas. Eu fui num crepe de salmão com salada verde e frutas grelhadas. Muito bom. Não deixe de tomar um chá aromático e escolher uma das muitas sobremesas do lugar, a especialidade da Ceres.
Docinhos cítricos para levar com você

A vida como ela é: cada filme evidencia, a seu modo, a densidade das complexas relações familiares

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Konrad (Clemens Schick), Donato (Wagner Moura) e Airton (Jesuíta Barbosa) no drama de Karim Aïnouz: amor e abandono
Um é cearense, o outro iraniano. Os diretores de cinema Karin Aïnouz e Asghar Farhad mostram ao grande público seus mais recentes trabalhos: “Praia do Futuro” e “O Passado”, respectivamente. Cada um ao seu modo evidencia a densidade das complexas relações familiares. São as pedidas da vez.


“Praia do Futuro”, filme do premiado diretor cearense Karin Aïnouz (o mesmo do emblemático “Madame Satã”) de coprodução Brasil-Alemanha, chega às telonas brasileiras nesta segunda quinzena de maio já aclamado pela crítica internacional. Recebeu menções honrosas no último Festival de Berlim e ganhou elogios contundentes da Variety e Screen International, algumas das mais prestigiadas publicações do segmento de cinema no mundo.
E se você não viu e nem ouviu nada por aí sobre “Praia do Futuro”, deixo aqui minha dica: vá assistir ao filme, mas não veja o trailler antes. Simplesmente porque ele não faz jus à grandeza do trabalho de Aïnouz. Toda a adrenalina, o comportamento nervoso dos atores, a música forte e a impressão de que haverá muita ação não são refletidos no filme de fato. E isso eu, particularmente, vejo como uma vantagem. Praia do Futuro é muito mais uma história de amor e de família, de culpa, de abandono e de perdas. O roteiro impecável é do Felipe Bragança e a trilha sonora pop emociona no tempo certo, abusando do ritmo de Heroes, de David Bowie.

Destaque para a excelente fotografia - as locações na Alemanha e o cenário do litoral do Ceará são de tirar o fôlego - tendem a criar movimentos de câmera longos, com poucos cortes e que pode até parecer meio arrastado para quem está acostumado com um ritmo à Schwarzenegger, mas que cai muito bem ao estilo europeu ou brasileiro cult.
Outro adendo que faço é em relação a um pré-julgamento equivocado do filme, que desmereceu o seu bom conteúdo, sendo rotulado como filme gay. Ok, os protagonistas são gays, o filme tem cenas demasiadas de nu frontal e sexo homossexual, mas apesar do excesso desnecessário esse rótulo não é justo com a obra. O filme é bem maior que isso. O próprio Wagner Moura, na coletiva de lançamento à imprensa em São Paulo, disse “Donato é um personagem complexo, ele tem muitos elementos. Ser gay é só um deles".
Aliás, vamos à história: Donato (Wagner Moura) é um salva-vidas da Praia do Futuro, na capital cearense, destemido e um verdadeiro herói para o irmão Airton (Jesuíta Barbosa). Um dia, ele conhece seu futuro parceiro, o motociclista alemão Konrad (Clemens Schick, americano bem manjado em filmes europeus) numa situação extrema: o turista é salvo de um afogamento por Donato. Mas, seu companheiro de viagens não tem a mesma sorte. O herói é quem dá a má notícia a Konrad.

E começa aí uma paixão avassaladora entre os dois. Começa aí também o drama familiar. Airton, o irmão mais novo, é quem mais sente o abandono quando Donato foge para a Alemanha com o namorado. Anos depois, o reencontro dos irmãos reserva uma enxurrada de emoções e de reflexões. Atenção ao último terço final do filme que guarda para o espectador uma imagem sequencial de tirar o fôlego.


“Le Passe”, título original do filme de Asghar Farhadi, é dono de um enredo difícil, porém fácil de ser acompanhado. Nem o ritmo lento dos takes, nem a fala mansa dos atores quebrada por discussões familiares agudas, consegue dar a percepção real dos mais de 130 minutos do filme. Passa tão rápido quanto passam as culpas pelo passado, os temores pelo futuro e a complexidade de uma relação familiar cercada de segredos. Farhardi, que é considerado o maior diretor iraniano de todos os tempos, tentou dar ao “O Passado” o mesmo tom dos consagrados “À Procura de Elly” e “A Separação”, suas obras-primas. A maior especialidade dele é criar um universo realista e povoado por indivíduos complexos e de bom caráter que, com frequência, se agridem por dilemas cotidianos que todos nós identificamos.
Nessa história, ele fala de Ahmad (Ali Mosaffa), que após quatro anos de separação chega a Paris vindo do Teerã, a pedido de Marie (Bérénice Bejo), a sua esposa francesa, para se divorciarem legalmente. Durante a sua breve estadia, Ahmad descobre a relação conflituosa que Maria tem com a filha mais velha, Lucie. Enquanto Ahmad se esforça para tentar melhorar esse relacionamento, irá descobrir segredos bem guardados do passado de cada uma das personagens. A revelação dos segredos e dramas, pouco a pouco vai prendendo a atenção de quem acompanha a história, mas nota-se que o diretor perde a mão no foco dos personagens. Nenhum deles tem sua índole revelada plenamente, nem seus objetivos à sua exatidão, e ninguém permanece protagonista por mais de vinte minutos. Assim como em todas as famílias, é legal ver também que nem todos ali são inocentes, assim como não há quem seja apenas vítima.
Nessa engrenagem de drama familiar há um certo suspense, mas é uma pena que ele se utilize de reviravoltas forçadas e de alguns personagens monossilábicos e sem nuance, como é o caso da filha problemática e do ex-marido e também ex-deprimido. A fotografia do filme não é bonita, mas é muito bem feita, realista. Não há um take sequer que você identifique Paris, por exemplo, mas com certeza você vai se incomodar com os detalhes da casa mal pintada e da cozinha pouco organizada em que a família faz as refeições. A mesma realidade pode ser vista dura e crua na trilha. Eu não me lembro de nenhuma música do filme – na verdade nem sei se tinha – mas é marcante o aúdio do trem que passa praticamente na janela da casa da família, do barulho chato da lavadora de roupas, do motor do carro emprestado que vai buscar Ahamad no aeroporto, quando ele reencontra a mulher para acertar o divórcio e onde tudo começa.
Em cartaz:
Paradigma Cine Arte
O Passado - 2013, França/Itália, 131 minutos, elenco: Bérénice Bejo, Tahar Rahim, Ali Mosaffa
Praia do Futuro – 2014, Brasil/Alemanha, 90 minutos, elenco: Wagner Moura, Clemens Schick e Jesuíta Barbosa

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Ora, ovas!

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Os caviares mais luxuosos do mundo que me perdoem, mas ova de tainha é fundamental! Fresca e assada no forno, frita, na brasa e até defumada - a chamada bottarga - é a mais pura essência da base da comida de inverno dos manezinhos da Ilha. Bate aquele ventinho sul no final de maio e o povo de Floripa já começa a sonhar com as tainhas que trarão as ovas mais desejadas do planeta. Hoje, estamos num dia assim por aqui. A temperatura em queda, o dia cinza, os pescadores com suas redes no plantão só aguardando o sinal dos olheiros em cima dos morros que avisam quando os cardumes se aproximam da costa. E quando a rede entra em ação, o povo enche a praia suportando com alegria o vento gelado e a gritaria festiva das gaivotas que prevêem o banquete de logo mais. E todos ficam ali aguardando e, no caso de necessidade, ajudando a puxar a rede com o tesouro capturado. Quem não tem esse privilégio, vai à peixaria no dia seguinte e se dá bem do mesmo jeito. É o meu caso.

Mas, vamos ao que interessa, três formas de fazer ovas de tainha em casa, você mesmo, sem requerer prática nem tampouco habilidade:

Assada no forno, não tem?
Pegue uma gorda ova dupla (eu disse dupla? sim, todas são. Mas a primeira vez que a tirei de dentro de uma tainha, a paulistana aqui achou que tinha sido sorteada - santa ignorância!) e tempere com sal fino e dois limões. Coloque numa forma e leve ao forno médio pré-aquecido por 20 minutos no máximo. Retire do forno e, ainda bem quente, faça um corte de ponta a ponta regando com azeite de oliva extra virgem. Para sofisticar, coloque um pouco de flor de sal triturada na hora.

Sequinha na churrasqueira

Tempere da mesma forma, mas enrole numa folha de bananeira. Se não tiver (e quem é que tem?) apele para o velho e bom papel alumínio, ele não vai te decepcionar. Coloque na grelha e deixe por lá o mesmo tempo necessário para aquela cerveja artesanal que foi ao freezer ficar no ponto. Desenrole o papel alumínio, coloque a bicha numa tábua e regue com muito limão e azeite. Coma assim, com palitinhos, amigos e cervejinha gelada. Pra quem não sabe, ova esfarela então comer diretamente na tábua vai exigir de você um pouco de destreza e equilíbrio.


Fritinha

Mané que é mané, frita. Com muito óleo, no processo de imersão mesmo. Não conta calorias. O que conta é o sabor. Nesta versão, a tainha ganha crocância e a pele que a envolve forma uma película bastante agradável ao paladar. Para aromatizar o azeite em que a ova será frita vale acrescentar uns ramos de alfavaca. Ela vai perfumar não só o prato, mas também o ambiente. E uma dica importante: antes de colocar a ova no óleo bem quente, deixe-a envolvida num pano de prato para secar bem e evitar respingos. Vire uma única vez, três minutos são suficientes de cada lado. Sirva quentinha, com limão galego ou mesmo com gomos de bergamota. O azedinho "quebra" a gordura.

E aí, vais comer ou vais ficar só de butuca, istepô?







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